quinta-feira, 19 de março de 2009
Domesticar o periquito
Quando adquirir um periquito com intenção de o domesticar, deve colocá-lo na gaiola o mais rápido possível e deve dar-lhe espaço e tempo para que ele se ambiente ao seu novo lar. Durante este período não se aproxime muito dele mas permaneça no seu raio de visão e vá falando com ele. A atribuição de um novo pode ser muito importante neste processo de domesticação.
Assim que a ave se começar a sentir realmente "em casa", está na altura de começar a ganhar a sua confiança. Para este efeito, deve proporcionar à ave o maior número de experiências positivas possíveis.
Assim, sempre que se aproxima da gaiola mencione o nome do periquito e fale sempre tranquilamente, pode também ir assobiando sempre uma melodia igual de forma a que, sempre que a ave ouvir esta melodia fique mais tranquila e, quem sabe, se não irá ela também assobiar a mesma melodia. Sempre que tiver que limpar ou agarrar a gaiola, evite fazer movimentos bruscos e, se possível, realize sempre as tarefas que tiver a realizar perto da gaiola à mesma hora.
Todos os periquitos são muito sensíveis a novidades, por muito insignificantes que estas sejam, e devem ter tempo para se habituar a elas.
Depois do periquito se ter habituado à sua nova casa e de estar à vontade com a sua companhia, podemos começar a tentar habituá-lo à nossa mão. Assim, sempre que lhe tiver que dar fruta ou comida, não a coloque logo na gaiola mas dê-lha na sua mão, se possível sempre ás mesmas horas. Até que a ave venha realmente comer na nossa mão pode levar semanas, sendo necessário uma enorme paciência e dedicação... Que serão recompensadas quando finalmente o periquito perder o medo e começar a vir comer na nossa mão, pousando nela.
NÃO DEVE NUNCA tentar agarrar o periquito sem que seja extremamente necessário.
Ensinar a Falar
Com muita paciência, é possível ensinar um periquito a falar embora alguns tenham mais aptidão para o fazer que outros.
Este processo de aprendizagem pode ser feito através dos seguintes passos:
- dê um nome curto e sonante ao periquito, que ele possa repetir facilmente;
- sempre que se dirigir para ele, trate-o pelo nome;
- comece por insistir em pequenas frases ou palavras mais fáceis como um "olá!";
- assobie melodias curtas várias vezes por dia.
Deve ter sempre em atenção que é preciso muita paciência para ensinar um periquito a falar e, nem sempre se consegue o êxito desejado, não devendo nunca deixar de ter uma relação alegre com o seu periquito apenas por este facto.
A minha Nicas já diz uns "Olás" envergonhados e reproduz um ou dois assobios...
Desejo-lhe sorte com os seus companheiros.
domingo, 15 de março de 2009
Mistura (Alimentação)
Se tiver alguma dúvida em relação ás sementes aqui mencionadas consulte o artigo sobre Sementes.
Mistura utilizada pelo famoso criador alemão Leo Endres:
Milho Alvo Branco 38%
Alpista 33%
Milho Alvo Japonês 15%
Aveia Descascada 11%
Niger 3%
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100%
Mistura de Jo Mannes, 10 vezes campeão europeu:
Alpista 50%
Milho Alvo Branco 20%
Milho Alvo Japonês 20%
Milho Alvo Amarelo 5%
Painço Amarelo 5%
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100%
Mistura clássica inglesa:
Alpista 50%
Milho Alvo Branco 25%
Milho Alvo Amarelo 25%
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100%
Pessoalmente, eu dou às minhas aves as misturas de sementes normais que se podem encontrar nas casas da especialidade durante a época de repouso/manutenção e, na época da criação, por cada Kg dessa mistura adiciono 1Kg de Alpista, uma vez que, na generalidade as misturas de sementes já preparadas são muito pobres em Alpista, para não falar daquelas em que existe ausência total de Alpista.
Grit (Alimentação)
In "Novo Guia dos Periquitos", Editorial Presença
Quando me iniciei na criação de periquitos, este era um componente que desconhecia por completo, até visitar os aviários de um amigo meu. A partir desse momento comecei a fornecer grit às minhas aves e, em alguns casos, reparei que algumas fêmeas começaram a pôr um ovo a mais do que haviam posto até então uma vez que o grit também é uma fonte de cálcio. Agora disponibilizo sempre grit às minhas aves.
Se pretende comprar grit para dar às suas aves, prefira aquele que possui carvão vegetal na sua composição. Forneça com alguma moderação.
Ossiba / Osso de siba / Osso de choco (Alimentação)
Regra geral, as misturas de sementes são pobres em cálcio e sais minerais. Assim torna-se necessário dar às aves osso de choco visto ser muito rico em cálcio e, por isso, os periquitos devem ter acesso a esta fonte de cálcio durante todo o ano, com principal importância durante a reprodução.
No início eu dava ás minhas aves umas pedras brancas que se encontram com muito facilidade em qualquer casa de animais e que, pensava eu, era o mesmo que o osso de choco que tanto ouvia falar. Para mim (ignorantemente) o osso de choco não passa de uma normal pedra com uma forma diferente até que, um dia em conversa com um criador da minha zona, ele me explicou que o osso de choco era realmente o osso de um choco, aqueles moluscos que eu, pessoalmente, tanto gosto de comer grelhados! O criador explicou-me então como o osso do choco era uma excelente fonte de cálcio.
Resolvi então fazer uma experiência. Coloquei à disposição de 3 casais de periquitos as comuns pedras que sempre tinha utilizado até então e ao lado das pedras um osso de choco. Enquanto não se acabou o osso de choco, as pedras permaneceram praticamente intactas. A conclusão não foi difícil de tirar desta experiência. Tendo em atenção que, ao contrário de nós, as aves sabem bem o que é melhor para elas, concluí que o osso de choco é bastante melhor para os periquitos como fonte de cálcio que as famosas pedras que tanto se vêm pelas casas de animais.
Prebióticos e Probióticos (Alimentação)
Escrito por Alberto Nunes
De forma melhorar a saúde, evitar o stress, retardar o envelhecimento e proporcionar uma óptima qualidade de via às nossas aves, é possível recorrer ao uso de um Prebiótico ou Probiótico.
Segundo a Dra. I. Goñi, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Complutense de Madrid, Prebiótico "é o ingrediente alimentar não digerível, que afecta de forma positiva o seu consumidor, estimulando de forma selectiva o crescimento e actividade de um número limitado de bactérias benéficas residentes no intestino".
Segundo o Prof. B. Mayo do C.S.I.C. das Astúrias, Probióticos são "suplementos alimentares com bactérias vivas que contribuem para o equilíbrio microbiano do trato intestinal".
Assim, pode dizer-se que os Prebióticos e Probióticos formam um conjunto de elementos conhecidos que se denominam como alimentos funcionais, já que são ingredientes alimentares que produzem efeitos benéficos para a saúde, o que permite entender como é possível actuar de forma natural e benéfica na melhoria do sistema imunitário das aves de modo a evitar, adiar ou reduzir os efeitos nocivos das doenças, melhorando assim a qualidade de vida dos exemplares mantidos nos nossos viveiros.
Após alguns anos de estudo, os Probióticos, têm evoluído muito em pouco tempo, daí o aparecimento de uma grande variedade de Lactobacilos (Acidophilus, Plantarum, Bulgaricus,...), que associados aos Streptococcus thertnophius, Enterococcus faecium, e a Amilasa bacteriana e Proteasa fungica, possuem não só uma acção repositora, como protectora da proliferação de bactérias e fungos intestinais, prejudiciais a uma vida sadia das nossas aves.
A sua utilização está indicada, sem quaisquer restrições e contra indicações, quando existe um desequilíbrio da microflora intestinal, desequilíbrio esse provocado principalmente pelo uso de Antibióticos, Sulfaminas e Antiparasitários, assim como o stress provocado por vários factores, como a muda da pena, vacinações, reprodução, transporte, mudança de instalações, diarreias, no bem conhecido síndroma "Doença da Faca", prevenção de candidas e da terrível proventriculite, e todo o tipo de doenças.
Pode assim dizer-se, que enquanto existir uma microflora saudável nos intestinos, não haverá espaço para a entrada de bactérias patogénicas, como Salmonelas, Colibaciloa Candidas, etc. Assim, sempre que existam indicações de debilidade nas aves, em primeiro lugar há que repor toda a microflora, sendo na grande maioria das vezes suficiente a utilização regular de papas com Probióticos, deixando de haver necessidade de recorrer a produtos farmacêuticos como antibióticos, antiparasitários, entre outros.
- A microflora intestinal é assim tão importante?
A microflora é essencial para a decomposição das substâncias alimentares que não foram digeridas, integridade das paredes intestinais, produção de vitaminas, particularmente do grupo B e ácidos gordos, estímulo à resposta imunitária, redução do nível de colesterol no sangue das aves e protecção contra microorganismos patogénicos.
O intestino é parte importante do sistema imunitário, e existem inúmeras doenças que são causadas pelo seu mau funcionamento e pela debilidade imunitária a que dá origem. Assim, o saneamento do intestino faz-se não só através do combate aos microrganismos indesejáveis (com antibióticos, sulfonanidas e antiparasitários), mas também através da reposição da flora bacteriana natural - microflora - com Probióticos. Também colaboram para manter o intestino em forma, alimentos ricos em fibras, pão integral, germe de trigo, linhaça (cuidado com as sementes rançosas), legumes e fruta (cuidado com os pesticidas), tudo isto, numa combinação equilibrada com os outros alimentos.
Probióticos Antioxidantes: são estimuladores e revigoradores do sistema imunitário de todos os seres vivos, baseados nas vitaminas E e C (em doses elevadas) e beta-carotenos (alfatocoferol).
Probióticos Protectores: são bactérias e leveduras cultivadas em condições laboratoriais, com utilização na reposição do equilíbrio da microflora intestinal, ao serviço de todos os animais.
São os melhores recolonizadores da microflora intestinal, que, quando usados de forma regular, particularmente nos casos referidos anteriormente, mantêm-na sempre de forma eficiente e protegem-na de bactérias e fungos, provocados por fermentações de papas, sementes deterioradas, elevado grau de humidade relativa, calor exagerado que transforma a água dos bebedouros num caldo de culturas bacterianas, etc.
São constituídos por microrganismos que podem ser administrados às aves e outros animais através da água ou de papas.
Estes Probióticos Protectores, aquando de infecções por vírus, bactérias e fungos, actuam provocando um aumento da acidez, devida à síntese do ácido láctico, diminuindo o pH do intestino, criando condições que são desfavoráveis ao desenvolvimento dos gérmens.
- Administração
Dada a ausência total de toxidade e contra-indicações dos Probióticos, para a utilização de papas que os contêm na sua composição não necessita de recorrer ao conselho de um veterinário para indicar a sua utilização. Parece sim ser fundamental o seu uso na dieta habitual das nossas aves pois, se tivermos em conta a quantidade de substâncias conservantes e bactericidas que administramos diariamente com a comida e bebida, como o cloro por exemplo, para além dos preventivos e tratamentos antibióticos que assiduamente de efectuam, muitas vezes, por tudo e por nada.
- criações;
- separação das crias (prevenindo o aparecimento da Proventriculite, Candidas e perturbações intestinais pela mudança de alimentação);
- Muda da pena (durante toda a época);- época de exposições;- defeso;- situações de doença
A única contra-indicação dos Probióticos é a "carteira" (pois estas papas são mais caras que as normais), mas esta será bem recompensada quando vir aumentar a viabilidade das crias, o seu acelerado crescimento, e a saúde e robustez da generalidade das suas aves.
Alimentaçao (Oque não pode dar)
sábado, 14 de março de 2009
Etapa de Crescimento
6.º dia: Os olhos do passarinho abrem-se.
7.º dia: As asas começam a crescer.
8.º dia: O passarinho consegue erguer a cabeça e dá os primeiros passos.
9.º dia: As penas da cauda começam a crescer.
12.º dia: O passarinho possui todas as penas.
17.º dia: A cria pesa 30 gramas.
28.º dia: As penas da asas e da cauda têm praticamente o seu comprimento definitivo. O passarinho consegue voar e abandona o ninho.
38.º dia: A plumagem está completamente formada, apresentando contudo uma cor mais pálida que a dos progenitores.
3.º ao 4.º mês: Muda da pena, após a qual a plumagem fica igual à dos progenitores, e as crias atingem a maturidade sexual.
Seguem algumas fotos que demonstram o desenvolvimento das crias:
Limpeza do ninho .
Estes devem ser limpos sempre que se note acolumação de detritos no seu interior, de forma a manter os ovos sempre limpos, e as crias limpas e secas. PAra atingir este objectivo, muitos criadores colocam aparas de madeira (semelhantes às utilizadas nas camas dos roedores) a cobrir o fundo dos ninhos. Este material é bastante bom para absorver dos dejectos das aves, evitando que estes se agarrem aos ovos ou às patas das crias.
Não existe uma fórmula concreta para a limpeza do ninho. Diria que basta verificar com alguma regularidade o seu estado ( de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias) e, se necessário, proceder à sua limpeza.
Não utilize detergentes nem molhe o interior do ninho! Se pretender desinfectar o interior, existem no mercado sprays próprios para aves.
Tranferir e Manusear Ovos
Quando se tranferir ovos, deve usar-se uma lanterna para colocar o ovo sobre a luz e estimar assim o estado de senvolvimento do mesmo, de forma a que o ovo a transferir tenha uma idade que se situe entre um e 2 dias de diferença dos ovos do ninho para onde o vamos transferir. O ovo deverá ser colocado virado aproximadamente sobre o mesma lado em que se encontrava no ninho de origem. Se uma postura tiver ovos férteis e inférteis, os inferteis devem ser deixados no ninho, sendo apenas retirados após o nascimento das crias. Se a postura for particularmente grande (mais de 6 ovos) e apenas 2 ou 3 deles forem férteis, retire apenas 1 ou 2 dos inférteis, de forma a facilitar a gestão dos ovos por parte da fêmea. Deve-se sempre ter en atenção que os ovos mais antigos são colocados do lado de fora do circulo, enquanto que os mais recentes se encontram situados no centro. Remover ovos inférteis pode fazer com que os ovos férteis mais antigos se desloquem para o meio, fazendo com que tenham uma temperatura de incubação e uma rotação diferente, o que pode fazer com que se estraguem.
Comedouro anti-disperdicio
Construí comedouros com cerca de 7cm de profundidade e aproximadamente 10cm de largura, com madeira que aproveitei dos desperdícios das gaiolas de criação, como se pode ver na figura 1 (o comprimento foi de acordo com as necessidades de cada gaiola, tendo em atenção o número de aves que cada gaiola pode albergar).
Ora bem, isto, apesar de ser uma solução aceitável também acarreta um inconveniente. Da mesma forma que não sai comida também não sai cascas o que faz com que haja necessidade de soprar a comida dos comedouros sempre que se quer colocar mais comida, uma vez que não queremos deitar fora as sementes boas que se encontram no fundo. É aqui que pode dar jeito uma máquina de limpar sementes no caso de se utilizarem muitos comedouros deste género.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Gaiolas de construçao caseira
Para a construção utilizei uma frente de compra de 72cm, contraplacado revestido (não tenho a certeza se é este o nome - é daquele de que são feitos os móveis), um berbequim e uma rebarbadora.
Adquiri a madeira num carpinteiro (comprei logo uma filha completa deste tipo de contraplacado) que ma cortou logo das medidas que eu quis e que, neste caso foram, para cada gaiola: 1 placa de 72x33 (parte de trás), 2 placas de 74x42 (tampo e fundo) e 2 placas de 33x40 (lados da gaiola). Assim as medidas reais da gaiola são 72cm de frente, 33cm de altura e 39 cm de profundidade.
As frentes foram inserida em furos à conta de modo a não ser necessário a utilização de qualquer prego para as segurar e foram colocadas 1cm "dentro" da gaiola de forma a evitar que as aves roessem as quinas.
O fundo sobressai 2 cm para fora de forma a sustentar os fundos amovíveis que foram feitos em platex e têm por finalidade facilitar a limpeza das gaiolas (nesta imagem os fundos não estão colocados nas gaiolas mas é possível ver o espaço que lhes está destinado entre a frente e o fundo da gaiola.
Na colocação das frentes não foram utilizados pregos. As paredes laterais das gaiolas e os tampos foram furados à medida das frentes e estas foram encaixadas nesses furos, o que torna as gaiolas bastante atraentes do ponto de vista estético. Foi deixado um espaço entre a frente e o fundo da gaiola de forma a ser possível colocar fundos amovíveis para que a limpeza da gaiola seja mais fácil. Estes pormenores são visíveis nas imagens 1, 2 e 3.
No final, cada gaiola de 72x40x33 ficou por pouco mais de 20€ (incluindo comedouros e ninhos!).